Segundo Platão, “aprender é mudar de postura”.
A aprendizagem do ser humano é contínua; percepções e aprendizagens são atos de um processo vitalício. O ato de aprender estimula uma nova percepção de si mesmo e do mundo, uma mudança de mente, de valores, de crenças, de concepções e de novas atitudes frente à sociedade e à realidade que nos cerca.
O processo de aprender é sempre transformador, considerando que por meio dele é possível um retorno para dentro de si mesmo, para aquilo que é essencial para alcançarmos a felicidade, o autoconhecimento e a autorrealização. Quanto mais conhecemos a nós mesmos, maior será a nossa racionalidade, a nossa percepção pessoal, científica e social.
Nesse contexto de processo contínuo de aprendizagem do ser humano e na sociedade do conhecimento, o denominado “autoconhecimento” tem sido pauta relevante. É por meio do autoconhecimento (saber quem se é) que é possível se perceber agente transformador na sociedade e de assumir responsabilidades com a coletividade.
A mudança de concepções é fundamental para que novos valores sejam absorvidos, aprendidos, e esses se tornarem motivadores para criar uma nova ordem pessoal e, sobretudo, social.
Na perspectiva do processo de evolução do ser humano, o autoconhecimento configura-se como ação essencial a fim de elevar a condição de ser humano integral, na busca da sua evolução, numa perspectiva integrada aos conhecimentos científicos, filosóficos e de concepções espirituais.
O fato é que é da natureza humana a busca da autorrealização e de um sentido de vida: deparar-se com as próprias limitações de ser humano e ao mesmo tempo ser conduzido às possibilidades de ultrapassar e vencer os desafios inerentes à condição humana.
Refletir sobre a condição humana que lhe é intrínseca, estudar a si mesmo em suas limitações e potencialidades de crescimento faz parte do processo de autoconhecimento que com percepções de quem sou, de como reajo a determinadas situações, de como me sinto e me comporto a cada tempo e nos espaços e de como são os meus processos de aprendizagens de vida e no meu percurso são aspectos imprescindíveis ao autodesenvolvimento.
Portanto, perceber-se e aprender-se são caminhos que nos conduzem ao autoconhecimento e, consequentemente, ao autodesenvolvimento.
Numa sociedade conturbada, num contexto de crise e de crescentes problemas de saúde mental, faz-se cada vez mais necessário que o ser humano se permita passar pelo processo do autoconhecimento, buscando o conhecimento de si mesmo, com especial atenção ao seu jeito de sentir, pensar e agir diante das pressões, fragilidades nas relações pessoais, profissionais e sociais, garantindo o senso de responsabilidade social.
É importante que tenhamos uma compreensão sistêmica de nós mesmos, da vida e de tudo que nos faz sentido. “Conhecer a si mesmo, em sua época” é parte necessária no processo de ensino e aprendizagem, das competências do século XXI.
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