Como funciona a metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos? [vídeo]

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A aprendizagem baseada em projetos, conhecido pelo termo PBL, sigla do termo em inglês – Project Based Learning, tem um imenso valor para a educação na medida em que o formato que a constitui possibilita o desenvolvimento de habilidades essenciais exigidas aos jovens do século XXI.

Os alunos são envolvidos em atividades que exigem deles a habilidade de trabalhar em equipe (colaboração/comunicação), saber fazer escolhas, desenvolver o senso crítico para construir soluções para a resolução de um determinado problema, dentre outras.

Nessa perspectiva, adota-se o princípio da aprendizagem colaborativa, fundada no trabalho coletivo.

Os próprios alunos propõem a resolução de problemas encontrados dentro de suas próprias comunidades. 

A exemplo disso, uma professora da educação infantil, após ser instigada pelos seus alunos que estavam incomodados com uma área do pátio da escola que sempre acumulava água, seja quando chovia, seja quando fazia limpeza, que os impedia de realizar algumas brincadeiras, ela propôs à turma investigar a causa e as possíveis soluções para aquele problema.

A turma pesquisou soluções diferentes para resolução daquele problema, conversaram com especialistas (pais de alunos), tiveram que fazer um relatório financeiro, levantaram fundos, e conseguiram solucionar o problema de acúmulo de água naquela área.

Para a resolução de um problema, a aprendizagem baseada em projetos conduz os estudantes para a realização das seguintes etapas:

  1. Identificação de um problema;
  2. Planejamento da resolução do problema;
  3. Desenvolvimento de um protótipo da solução;
  4. Aprimoramento  da solução com base em avaliação do professor, de especialistas e/ou colegas.

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Os projetos de PBL devem começar envolvendo, emocionalmente, os alunos com a questão em pauta, contextualizando o problema, para então, iniciar os questionamentos sobre qual é a natureza do problema?

Que suposições podem ser feitas sobre  o porquê da existência do problema?

Essas perguntas ajudarão os alunos a enquadrar a questão em um contexto apropriado.

Se os alunos estiverem trabalhando em um problema do mundo real, é importante considerar como um usuário final se beneficiaria da possível solução.

GERAÇÃO DE IDEIAS

Em seguida, os alunos devem ter a oportunidade de debater e discutir suas idéias para a resolução do problema.

A ênfase aqui não é gerar, necessariamente, boas ideias, mas gerar muitas ideias.

Como tal, a tempestade de ideias deve incentivar os alunos a pensarem várias possibilidades e a manter o foco no problema.

Definir diretrizes para sessões de brainstorming, como dar a todos a chance de expressar a sua opinião, impedir o julgamento das ideias um do outro, ajudará a tornar o brainstorming um exercício produtivo.

SOLUÇÕES DE PROTOTIPAGEM

Projetar e criar protótipos para uma das soluções de um problema proposto é, normalmente, a próxima fase do processo de PBL.

Um protótipo pode assumir várias formas: uma maquete, uma encenação ou mesmo um objeto feito de materiais recicláveis, como embalagens, palitos de picolé, etc. 

O objetivo do protótipo é expandir as ideias geradas durante a fase de brainstorming, e ilustrar (entender o processo/produto/serviço) como uma possível solução poderia parecer.

Os protótipos podem expor as hipóteses dos alunos, tanto quanto descobrir imprevistos que um usuário final poderia encontrar.

O foco na criação de protótipos é importante também para propiciar aos alunos a  interação com seus projetos, incorporar feedback e aprimorar continuamente suas resoluções de problemas.

APRESENTAÇÃO DO RESULTADO

Nessa fase, os alunos levam seus protótipos para o próximo nível: teste. Idealmente, o teste ocorre em um ambiente “ao vivo”.

O teste permite que os alunos coloquem o desempenho de seus produtos ou serviços em um ambiente real.

Os resultados dos testes podem fornecer aos alunos um feedback importante sobre suas soluções e gerar novas perguntas a serem consideradas.

A solução funcionou como planejado? Caso contrário, o que precisa ser ajustado?

Dessa forma, o teste envolve os alunos em processos de pensamento e reflexão críticos.

O período de duração dessas etapas dependerá da natureza do projeto, podendo durar longos períodos ou o período de uma aula.

Além disso, os projetos não precisam ser altamente complexos para que os alunos beneficiem das técnicas de PBL.

Muitas vezes, projetos rápidos e simples são suficientes para oferecer aos alunos oportunidades valiosas para fazer as conexões necessárias entre conteúdo e prática.

PROJETOS NÃO ESTRUTURADOS VERSUS ESTRUTURADOS

Pesquisas sugerem que os alunos aprendem mais trabalhando em projetos não estruturados ou mal estruturados do que em projetos altamente estruturados.

Projetos não estruturados estão abertos, porque não têm solução previsível ou prescrita.

Dessa forma, os projetos abertos exigem que os alunos considerem suposições e restrições.

Projetos não estruturados, portanto, exigem que os alunos façam sua própria “estruturação” do problema em questão.

Esse processo possibilita aprimorar as habilidades dos alunos de transferir a aprendizagem para outros contextos de resolução de problemas.

*Texto traduzido e adaptado do original: http://www.bu.edu/ctl/guides/project-based-learning/

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