Nesse momento que caminhamos para o pós-pandemia, o ensino híbrido ganha papel de destaque. As mudanças e as limitações impostas por essa pandemia forçaram as escolas a buscarem soluções tecnológicas para garantir a continuidade dos processos de aprendizagem e uma das abordagens que entrou em cena foi, justamente, a educação híbrida.
Para começar, faremos um exercício: pense em quanto nós aprendemos nesses dois últimos anos e, em especial, rompemos com a barreira do digital que sempre assombrou boa parte dos professores, talvez por medo de não saber lidar com as ferramentas desse meio.
Hoje, em grande parte, já possuímos algumas competências digitais exigidas para atuar nesse espaço: gravamos vídeos, sabemos usar alguma plataforma digital, usamos conteúdos audiovisuais e conteúdo de vídeo para envolver os alunos, aprendemos como aproveitar a linguagem dos games para fins educacionais, usamos blogs para criar plataformas online para os estudantes registrar e compartilhar o seu conhecimento, dentre várias outras competências. Competências essas que impulsionaram a implementação da aprendizagem híbrida nas escolas.
Sobre a aprendizagem híbrida, queremos compartilhar com você um artigo do José Moran, no qual, ele propõe um redesenho dos caminhos da educação daqui para frente, dando destaque ao ensino híbrido como uma tendência que veio para ficar. Embora, destacamos aqui essa abordagem, o artigo vai para além dessa questão (recomendamos a leitura completa. Clique aqui).
Então, sob a perspectiva do ensino híbrido, os espaços de aprendizagem, antes mais rígidos, tendem agora a serem mais flexíveis.
A separação entre espaços físicos presenciais e digitais, por exemplo, diminuiu, – e há um crescente consenso de que construiremos, a partir de agora, muitas propostas diferentes de ensinar e de aprender híbridas, mais flexíveis, personalizadas e participativas, de acordo, obviamente, com a situação, necessidades e possibilidades de cada aprendiz e também das infraestruturas das escolas.
O ensino híbrido, na sua concepção básica, combina e integra atividades didáticas em sala de aula com atividades em espaços digitais visando oferecer as melhores experiências de aprendizagem a cada estudante.
Entretanto, Moram apresenta uma abordagem mais ampliada que permite pensar a abertura para aprender dentro e fora de espaços formais e informais, mesmo que seja sem o acesso ao digital, pois é preciso considerar que não é a realidade de uma boa parte dos estudantes. Nessa perspectiva, o conceito de educação híbrida é mais abrangente, ao envolver toda a comunidade escolar no redesenho das melhores combinações possíveis, na integração de espaços, tempos e metodologias.
Assim, os modelos ativos híbridos – passam a fazer mais sentido quando estão planejados sob uma abordagem mais flexível, com diversas combinações de acordo com as necessidades do estudante (por isso, a dimensão da personalização do ensino surge como um grande valor da aprendizagem híbrida). Isso significa dizer que é possível entender quais são as necessidades e as carências que cada estudante tem e, a partir disso, elaborar e ajustar o processo de ensino.
Essa abordagem também propõe um intenso trabalho colaborativo entre os alunos e professores. Inclusive, sobre os papeis assumidos pelos professores, esses passam a assumir os papéis de tutor e orientador (voltados para o projeto de vida que é uma outra questão que merece uma discussão mais detida).
Conhecemos a realidade das escolas públicas do nosso país e sabemos que a qualidade da infraestrutura está longe de ser a ideal, por isso, a dimensão da flexibilidade para pensar propostas mais sustentáveis ao desenvolvimento do aluno é um caminho a ser perseguido.
Veja que essa flexibilidade depende muito da nossa disposição enquanto professores de não ter medo de experimentar, não ter medo de criar novas trilhas de aprendizagem, ao mesmo tempo em que se avalia continuamente o processo para, quando necessário, ir ajustando às necessidades de formação de nossos estudantes.
Apesar dos avanços, são muitos os desafios a enfrentar para termos uma educação inovadora de qualidade para todos.
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O texto completo está no blog: https://moran10.blogspot.com/2022/01/redesenhando-os-caminhos-da-educacao.html